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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Experiência em sala de aula - Experimento de Pêndulo Simples.


OBS: O Intuito dessa publicação é expor uma experiência dentro de sala de aula com uma turma  e observar suas consequências, oferecendo também, uma sujestão para quem queira trabalhar com o experimento do pêndulo simples de forma rápida e objetiva. 
Aula ministrada na Escola Estadual Professor Souza Nilo, Itanhandu - MG.
1. Introdução
A intenção do projeto é demonstrar na prática como que funciona a experimentação e o método científico. Partindo de uma observação e de conceitos básicos do pêndulo simples, vamos discutir como que poderíamos utilizar esse conceito para determinar a aceleração gravitacional local e entrar em uma explicação clara sobre a metodologia cientifica. É de extrema importância que os alunos percebam como que funciona o método científico, pois dessa forma eles perceberão como que a ciência funciona!
2. Objetivos
- Compreender conceitos básicos de pêndulo e descobrir a gravidade local;
- Entender como funciona o método científico.
Conteúdo
Pêndulo Simples; Dinâmica e Movimento Harmônico Uniforme
Tempo estimado – 2h:30min.
Série
 - 2º ano do ensino médio
3. Desenvolvimento
·           1ª etapa: Primeiramente, foram apresentados os conceitos de pêndulo aos alunos. Foi falado principalmente do pêndulo simples, que foi o objeto de estudo. Os alunos questionaram a utilidade dele. Essa curiosidade foi respondida como forma para eles refletirem o que poderíamos usá-lo – muitos disseram que poderíamos medir a velocidade de oscilação e a frequência –, mas foi mostrado que se reorganizarmos a fórmula do pêndulo que relaciona o comprimento e gravidade com a periodicidade, poderíamos encontrar a gravidade local, partindo do princípio de que deveríamos medir e coletar os dados.
A fórmula apresentada:


Isolando o valor da gravidade temos:


·                2º Etapa: Depois de compreendido o conceito de pêndulo e que o método científico consiste na experimentação de pegar uma hipótese e testá-la; foi mostrado para eles que a aplicação pode ser mais simples do que parece e próximo de suas realidades. Na 2ª etapa, foi mostrado um vídeo do canal Marlon Nardi¹ (figura 1), que apresenta um experimento feito pela NASA, na missão Apollo 14, em que os cientistas replicaram o pêndulo simples. Assim, foi possível determinar um valor bem aproximado da gravidade local na lua, utilizando um modelo experimental simples amplamente conhecido.
 Figura 1: Vídeo sendo transmitido aos alunos 











Fonte: próprio autor

 Figura 2: Alunos assistindo ao vídeo











      Fonte: próprio autor

·                  3ª Etapa: Após o vídeo, a turma foi organizada em grupos de 6 pessoas para uma atividade experimental de nível 1. Consistia na realização de um experimento de pêndulo simples em sala
 de aula (figura 3), em que os alunos coletaram os dados e realizaram os cálculos necessários (Apêndice A).
Foram empilhadas duas carteiras para amarrar a linha do pêndulo, constituída de:

Ø  Chumbada de pesca para servir como a massa m do pêndulo
Ø  Linha de pesca

             Após os grupos formados, foi explicado o que deveria ser anotado no relatório para que pudessem achar a gravidade local. Vale ressaltar que nesse momento, o professor orientador ajudou muito, já que a formação de grupos tumultuou os alunos que, aparentemente, ficaram bem empolgados com o experimento.

    
Figura 3- alunos escutando o passos do
 experimento. Eu, ao lado direito de preto.












Fonte: próprio autor

4. Análise da Prática

           Foi necessário no meio da aula, devido à dificuldade dos alunos, dar uma explicação de conceitos de matemática básica, para que pudessem dar continuidade no experimento. Foi percebida também a falta de paciência dos alunos na execução, talvez porque devido a sua faixa etária de 15 a 17 anos, requer um pouco mais de calma e paciência na hora de coleta dos dados primários. Para corroborar com isso, os resultados de vários grupos não foram próximos da gravidade adotada de 9,81 m/s^2 (na latitude 45º, ao nível do mar).
          Apesar de ter ministrado uma aula com duas turmas, e com quase 80 alunos dentro da sala, a experiência foi proveitosa. Eles se mantiveram bem calmos na maior parte do tempo e atenciosos quanto as explicações. Deve-se destacar que tinham três professores (eu e mais dois) pois era uma sala com uma quantidade grande de alunos.







terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

ANALISANDO A CONCEPÇÃO DE FORÇA COM O PÊNDULO SIMPLES


ANALISANDO A CONCEPÇÃO DE FORÇA
COM O PÊNDULO SIMPLES

Ramon Brandi da Silva
Laura Arruda da Silva
Cleiton da Silva
Lucimara Aparecida Guedes

Resumo: Trazendo o conceito histórico da cinemática de Galileu até a mecânica de Newton, o presente artigo pretende exemplificar como a mecânica newtoniana aplicada ao pêndulo simples pode ser utilizada para a análise experimental e estatística para calcular a gravidade local. Foi utilizado um método experimental a partir de cinco oscilações do pêndulo, que se repetiu 50 vezes, utilizado para definir o valor da medida estatística do período, por meio de cálculos estatísticos. A partir dos dados e dos cálculos, definiu-se então a gravidade e o desvio relativo percentual para estabelecer a acurácia da medida. Após os procedimentos experimentais foram discutidos os resultados e a viabilidade do método empregado, analisando as concepções teóricas de forças que empregam o pêndulo simples e a mecânica newtoniana, possibilitando a todos os membros do grupo um melhor entendimento metodológico científico e a síntese de vários assuntos já estudados anteriormente.



1.    INTRODUÇÃO
 É de natureza humana a curiosidade sobre os elementos que o cerca, desde os homens mais primitivos pensantes até os dias atuais. Por ser o único ser racional, procurou-se entender, relacionar e estudar toda a natureza a sua volta. Através de métodos e experiências desenvolvidas durante séculos (desde os gregos antigos), as ciências da natureza; mais especificamente a física, buscaram análises e observações reais, feitas sobre o próprio fato, antes, durante e logo após a sua ocorrência. (SANTOS, 1978)
Podemos dizer, então, que dentre tantos pensadores, Galileu foi o pai da ciência moderna e do método experimental. Ele foi um dos primeiros homens a argumentar que poderíamos ter esperança de compreender como o mundo funciona, e que, além disso, faríamos através da observação do mundo real. (HAWKING, 2015)
Dentre os cientistas, é notório o saber do intelecto de Isaac Newton. As leis de Newton são a base da Física clássica; a primeira Lei de Newton, conhecida também como Lei da Inércia, manifesta a ruptura com os princípios da física medieval e aristotélica e o estabelecimento de uma nova compreensão física que se estabelece fundamental na engenharia terrestre e espacial. (GALILI e TSEITLIN, 2003).
Assim, Newton introduz o pensamento de que não é possível modificar o estado de movimento sem aplicar uma força; ideia que hoje nos parece óbvia, mas que era totalmente contrária à concepção de Descartes, por exemplo, que julgava que um movimento poderia ser gerado sem quaisquer forças agindo. Portanto, enuncia:
“Força é o princípio causal que produz o movimento e o repouso. A força é ou externa – a que gera ou destrói, ou altera de uma forma ou de outra o movimento impresso em algum corpo; ou então é um princípio interno, em força do qual um movimento ou um repouso existente é conservado em um determinado corpo, e em virtude do qual todo ser tende a continuar no seu estado e opõe resistência” (NEWTON apud GOMES, 2008).
O Principia, sua principal obra, está dividido em três livros. É justamente no livro III que Newton desenvolve a Lei da Gravitação Universal. De acordo com GOMES (2008), Newton aguarda o leitor se acostumar a conceitos novos explicados nos livros I e II, para apenas no último mostrar a universalidade da Lei da Gravitação; força única que explica a manutenção dos corpos celestes em sua órbita, bem como a queda de corpos terrestres.
Um dos primeiros elementos experimentais utilizados na mecânica clássica foi o pêndulo simples. Ele pode ser definido como um corpo que oscila em torno de um ponto inicial periodicamente. Conforme MELLO (2016), ”um pêndulo é um sistema composto por uma massa acoplada a um pivô que permite sua movimentação livremente, a massa fica sujeita a força restauradora causada pela gravidade”. Galileu Galilei foi o responsável por estudar a natureza das oscilações e descobrir sua periodicidade. 
O objetivo desse artigo é analisar as concepções de força com pêndulo simples; efetuar medidas primárias controladas de comprimento e tempo; determinar seus erros dentro do procedimento experimental e discutir o experimento do ponto de vista da mecânica newtoniana, empregando o método científico para obter previsões e conclusões.

2.        MATERIAIS E MÉTODOS.
Para a realização experimental foi necessária a construção do pêndulo utilizado, onde foi buscado o referencial teórico e realizada a seleção e a busca do material necessário.  A partir da experimentação, foi medida a aceleração da gravidade local por meio das oscilações do pêndulo simples.

2.1 Materiais
O modelo apresentado de pêndulo simples (Figura 1) constitui dos seguintes materiais:


     Tubo retangular de alumínio;
     Base retangular de policarbonato;
     Tubo cilíndrico de alumínio;
     Fio de nylon de 1,5m;
     Massa pendular de 100g.

Figura 1: Pêndulo Simples montado
Fonte: próprios autores 
Os instrumentos de medição utilizados para o procedimento experimental foram:
     Trena (Figura 2)
                                                                                Figura 2: Trena
Fonte: próprios autores

A trena apresenta ponto zero em 0,0 mm, fundo de escala de 3,0m e erro de 0,05mm.
Faixa dinâmica da trena: (1...3000) mm= (0,1...300,0)cm= (0,001...3,0)m, podendo dizer que há uma precisão de 1mm;
     Cronômetro (Figura 3)
Figura 3. Cronômetro

    Fonte: Próprios autores

O cronômetro digital utilizado do smartphone apresentava uma precisão de milésimo de segundo e ponto zero em 0:00:00min com seu fundo de escala podendo variar até n minutos. Sua faixa dinâmica demonstra grande variação, indo de (0:00:00...n) min. O erro medido pelo cronômetro utilizado está diretamente vinculado ao tempo de reação humana. Esse intervalo de tempo, em média, é de 1s. Foi adotado erro ±0,2s.

2.2    Modelo Metodológico

Primeiramente, foram realizadas as medições do período de oscilação do pêndulo. Para tanto, com o fio esticado, o pêndulo foi puxado para um ângulo pequeno em relação à posição vertical, de aproximadamente 20º graus. Assim que o pêndulo foi solto, outro membro do grupo experimental disparou o cronômetro, que foi travado após cinco oscilações completas. Esse ensaio foi repetido 50 vezes. Logo em seguida, os resultados, juntamente com seus erros, foram divididos por 5, afim de obter a primeira estimativa de período P de uma única oscilação.
 Esse procedimento inicial do experimento mostrou-se importante para atentar-se à sincronização do puxar do pêndulo e o disparo do cronometro, já que não foi utilizada de nenhum aparelho para ela ser mais exata. No decorrer dos ensaios também não foi trocado o responsável por disparar o cronômetro, já que o tempo de resposta de uma pessoa para outra pode se mostrar diferente. O controle do ambiente também se mostrou importante para que as correntes de ar na sala não alterassem o processo experimental.

2.3    Obtenção dos Dados
     
Na tabela 1, os dados obtidos no polo em Itamonte– MG são mostrados. Esses dados mostram os 50 ensaios realizados no dia 28/05/2018, com o período de cinco oscilações do pêndulo e o seu erro.

Tabela 1: Resultados dos ensaios realizados. P=5
Medida
Período de 5 oscilações ±0,2 (s)
Medida
Período de 5 oscilações ±0,2 (s)
1
12,22
26
12,28
2
12
27
12,52
3
12,26
28
12,07
4
12,26
29
12
5
12,47
30
12,34
6
12,33
31
12,2
7
12,66
32
12,54
8
12,6
33
12,26
9
12,47
34
12,85
10
12,78
35
12,34
11
12,39
36
12,34
12
12,21
37
12,54
13
12,46
38
12,28
14
12,08
39
12,15
15
12,45
40
12,13
16
12,2
41
12,45
17
12,26
42
12,41
18
12,07
43
12,26
19
12,15
44
12,27
20
12,26
45
12,13
21
12,85
46
12,28
22
12,07
47
12,26
23
12,21
48
12,27
24
12,66
49
12,65
25
12.21
50
12,14
Fonte: próprios autores

 
A tabela 2 mostra o período de uma oscilação do pêndulo e seu erro, onde os dados representados na tabela 1 foram divididos por 5 (por serem 5 oscilações).

Tabela 2: Resultados dos ensaios realizados. P=1
Medida
Período do pêndulo ±0,04
Medida
Período do pêndulo ±0,04
1
2,44
26
2,456
2
2,4
27
2,504
3
2,45
28
2,414
4
2,45
29
2,4
5
2,49
30
2,468
6
2,466
31
2,44
7
2,532
32
2,508
8
2,52
33
2,452
9
2,494
34
2,57
10
2,556
35
2,468
11
2,478
36
2,468
12
2,442
37
2,51
13
2,492
38
2,46
14
2,416
39
2,43
15
2,49
40
2,43
16
2,44
41
2,49
17
2,452
42
2,48
18
2,414
43
2,45
19
2,43
44
2,45
20
2,452
45
2,43
21
2,56
46
2,46
22
2,414
47
2,45
23
2,442
48
2,45
24
2,532
49
2,53
25
2,442
50
2,428
Fonte: próprios autores

 

2.4 Análise dos Resultados

A partir dos dados obtidos, foram desenvolvidos dados estatísticos referentes à análise da qualidade e validade da medida final. Para tal análise primeiramente foram colocados os dados em ordem crescente, como mostra a tabela 3.

Tabela 3: Período do pêndulo em ordem crescente
Medida
Período do pêndulo (+
0,04 / -0,04)
(s) em ordem crescente
Medida
Período do pêndulo (+
0,04 / -0,04) (s) em ordem crescente
1
2,4
26
2,452
2
2,4
27
2,456
3
2,414
28
2,46
4
2,414
29
2,46
5
2,414
30
2,466
6
2,416
31
2,468
7
2,428
32
2,468
8
2,43
33
2,468
9
2,43
34
2,478
10
2,43
35
2,48
11
2,43
36
2,49
12
2,44
37
2,49
13
2,44
38
2,49
14
2,44
39
2,492
15
2,442
40
2,494
16
2,442
41
2,504
17
2,442
42
2,508
18
2,45
43
2,51
19
2,45
44
2,52
20
2,45
45
2,53
21
2,45
46
2,532
22
2,45
47
2,532
23
2,45
48
2,556
24
2,452
49
2,56
25
2,452
50
2,57
Fonte: próprios autores

 
Em sequência, foram calculados os dados quantitativos presentes para obtenção da quantidade de classes, como mostrados na fórmula:




Onde N é o número de dados e “trunc” é a função que efetua o truncamento da raiz quadrada, ficando só a parte inteira. Obtém-se, assim, o número de classes, como mostrado a seguir:






Em seguida calculou-se a amplitude dos dados:





Calculando o tamanho de intervalo das classes e estabelecendo a tabela de frequências:















Com a tabela de frequência já definida, construiu-se um gráfico Histograma usando o software Excel e definiu-se a média e o desvio padrão amostral (Figura 4).

                                                            Figura 4- Histograma dos períodos do pêndulo
Fonte: próprios autores

     Média (τ) = 2,4658  2,466
     Desvio Padrão Amostral (σ) = 0,041027
Foram efetuados cálculos para a verificação se a amostra dos 50 períodos do pêndulo tem dados espúrios, verificando se o módulo do escore (z) de algum dado  da amostra é menor ou igual a 3:











Não houve dados espúrios!
Realizando a análise dos quartis pela tabela de dados do período de uma oscilação do pêndulo em ordem crescente (tabela 3), temos que:
Quartis 1= elemento 13 da tabela= 2,440
Quartis 2= elemento 25 da tabela= 2,452
Quartis 3= elemento 37 da tabela= 2,490
Colocando os dados obtidos dos quartis na fórmula:


 







A distribuição apresenta uma simetria assimétricaSendo assimétrica, utiliza-se:
     Valor de Tendência central:
Moda= 2,458
     Valor de dispersão:
Desvio Médio= 0,04144384
     Erro de tendência central:




     Valor da medida estatística do período:
    2,458 ±0,018s.
Calculando a medida de aceleração da gravidade local utilizando um pêndulo que oscila com pequena amplitude (20º), sua relação entre o período de oscilação e o comprimento do pêndulo é dada por:


  
Reordenando os termos para isolar o valor da gravidade, temos:

Sendo:
L= o comprimento do fio do pêndulo= 1,5
P= o período P de um pêndulo= valor da medida estatística do período= 2,458 ±0,018s
Efetuando os cálculos necessários, temos que:








Calculando a propagação de erro da gravidade:








Após todos os cálculos e procedimentos experimentais realizados, agora deve-se apenas calcular o desvio relativo percentual da medida final da aceleração da gravidade, onde verifica-se a exatidão da medida. Para tal processo, deve-se adotar um padrão classificatório da medida, como mostra a tabela 5.
Tabela 5: Qualidade da medida experimental
Desvio Relativo Percentual
Qualidade da medida
≤ 1%
Excelente
1% a 5%
Boa
5% a 10%
Aceitável
> 10%
Ruim
Fonte: Roteiro experimental UNIFEI

Deve-se considerar também o valor canônico ou esperado do polo Ead da Unifei, levando em consideração o modelo de geoide para a Terra em relação à rotação e a altitude do local, como mostrado na tabela 6:


Tabela 6: Valor canônico gravitacional
Polo UNIFEI - EAD de Itamonte
9,784951 m/ 
Fonte: Roteiro experimental UNIFEI

Considerando o valor da medida estatística e o valor canônico da gravidade, temos:









Pelos padrões classificatórios das medidas apresentado na tabela 5, o resultado do Desvio relativo Percentual está excelente.

3.         DISCUSSÃO DO MÉTODO E DOS RESULTADOS.

O método experimental utilizado de medição demonstrou grande precisão, considerada excelente, sendo que outro grupo obteve o valor de desvio relativo percentual de 6,39% (aceitável). Ou seja, a experimentação realizada por dois grupos diferentes em um mesmo local demonstra a importância do método, sua aplicabilidade e o bom desempenho dos experimentadores.
 O fato de medir 5 oscilações e as repetindo 50 vezes serve para diluir o erro, demonstrando um controle estatístico muito grande do experimento para uma melhor compreensão da tomada de dados. Um bom exemplo disso é o erro do período do pêndulo que era de ±0,04s e o erro da medida final estatística do período de ±0,018s, diminuindo pela metade o erro final.
 Dado as devidas proporções tecnológicas já estabelecidas no experimento e na metodologia, é facilmente evidente o erro experimental, já que se levarmos em consideração as limitações humanas, desde a construção do pêndulo até a aplicação do experimento, há uma maior propagação de erros. Se as cinco oscilações e os cinquenta ensaios fossem analisados por um dispositivo programado por um microcontrolador para realizar a contagem do período e do tempo e um sensor óptico para contar as oscilações, por exemplo, provavelmente os erros experimentais seriam menores do que o tempo de reação humana. Por isso, é importante conhecer bem o método e a sistemática utilizada na medida, possibilitando prever futuros erros e como contorná-los ou supri-los.
As forças atuantes no pêndulo simples com pequenas angulações são a força peso agindo sobre a massa; a força de tração da corda e o atrito (sendo este desconsiderado nesse experimento).
A força peso e a força de tração da corda se anulam com o peso quando está na posição de equilíbrio, sendo a única causa do movimento oscilatório o produto da força pelo seno do ângulo como mostrado na figura 5.

Figura 5. Forças atuantes no pêndulo simples
Fonte: ebah

Fora do ponto de equilíbrio e sem a tração do fio, o peso acaba caindo em direção a Terra, pois segundo a física newtoniana, existe uma força atrativa por tudo que é composto de matéria, sendo que para tal força depende-se da massa do objeto e de sua distância entre os corpos. A atração da Terra exercida sobre a massa do pêndulo é maior e tem menor distância do que a atração que a lua exerce sobre a massa do pêndulo, atraindo então, a massa do pêndulo e de todos os corpos constituintes de matéria, para o centro da Terra. 
Dado a tal experimentação se mostra possível a confirmação das teorias newtonianas que a oscilação do pêndulo simples não depende da massa e que a aproximação da teoria Newtoniana e de Galileu só é válida para pequenas oscilações.
Com base na teoria newtoniana, se considerarmos a fórmula:











Sendo:
g= gravidade local
G= constante da fórmula M= massa da Terra
r= raio da Terra.

Na fórmula, há o valor negativo porque vetorialmente, a aceleração da gravidade age para baixo. Suponhamos que os dados apresentados estivessem sobre a superfície de outro corpo do sistema solar, os dados experimentais seriam diferentes, como por exemplo, se estivéssemos sobre a superfície lunar, sabendo que a lua tem a massa de 1/m a massa da Terra e que seu raio é ¼ do raio terrestre, o g seria:










Sendo a gravidade lunar menor do que a da Terra, a aceleração do pêndulo diminuiria logo os períodos aumentariam, nas seguintes, proporções:








Para cada período lunar, equivale a aproximadamente 2,24 períodos terrestre.

4.         CONCLUSÕES
Ao final da parte experimental e dos resultados, foi conseguido, pelos experimentadores, sintetizar vários assuntos estudados anteriormente, como a determinação de erros sistemáticos e experimentais, a efetuação de medidas primárias, o cálculo de medidas secundárias, e o método experimental para determinar uma constante (nesse caso, a aceleração da gravidade).
Com esse experimento, foi possível ampliar aos experimentadores o conceito newtoniano de força e aceleração.  A parte experimental, no geral, é fundamental para a melhor associação dos conceitos físicos e a análise de suas aplicações.
Os resultados mostraram-se favoráveis, tendo em vista os meios que foram utilizados para sua elaboração, com utensílios mais rudimentares e a falta de experiência dos experimentadores.

5.         REFERÊNCIAS
COHEN, I.B. O Nascimento de Uma Nova Física. Lisboa: Gradiva: 1988.
 EBAH, 4ª Prática: Pêndulo Simples. Rio de Janeiro: 2012. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfseYAF/pratica-4-pendulo-simples> Acesso em: 12 de maio de 2018.
GALILI, Igal; TSEITLIN, Michael. Newton's First Law: Text, Translations, Interpretations and Physics Education. 22. ed. New York: Springer, 2013. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1023/A:1022632600805; Acesso em: 23 abr. 2018.
GOMES, L.C. Concepções Alternativas e Divulgação: analise da relação entre força e movimento em uma revista de popularização científica. Dissertação. Maringá. 2008.
HAWKING, Stephen. Uma breve história do tempo. São Paulo: Intrínseca, 2015. 255 p.
MARTINS, A.C. Aceleração Gravitacional: uma proposta de abordagem com objetivo de viabilizar sua aprendizagem significativa. Produto educacional: Mestrado nacional profissional em ensino de Física. Maringá. 2016.                                                      
MELLO, V. L. Martins. Pêndulo simples, de torção e físico. Disponível em: www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/11302331032014 Instrumentação para o Ensino de Física IV; Acessado em 22/04/2018.
SANTOS, Darcio Pereira dos. Física dos experimentos à teoria. São Paulo: Livros Que Constroem 1978. 393 p
YOUNG E FREEDMAN. Física 1. 12ªed. São Paulo. 2008.

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